É muito comum nos depararmos com gente que compara livros e filmes. Coisa do tipo: “ah, eu vi o filme tal, mas o livro é muito melhor”, ou o contrário. Fora isso, existem aqueles que fazem o tipo de comentário óbvio, como “o livro tem bem mais detalhes”. Como podemos querer que em aproximadamente duas horas se explore 300 ou 400 páginas? Como podemos comparar dois tipos de artes tão diferentes?
No meu ponto de vista, quando as pessoas lêem um livro e se envolvem com ele, elas têm o desejo de materializar aquilo que elas leram. E o filme oferece exatamente isso. A imagem do que lemos sacia a nossa ânsia de sentir pelo olhar e não mais apenas pelo pensamento. Digo isso, porque quando apenas lemos um livro, fazemos toda aquela história em nossas mentes. Imaginamos os personagens, os lugares, fantasiamos as cenas e as ações. Tudo isso é o que nós construímos com base no que o escritor nos oferece. E o que o filme faz? Ele simplesmente quebra o nosso conteúdo imaginário e nos dá uma fórmula pronta. Com isso, quando o filme acaba, ficamos com a memória que o filme nos deu e não mais da nossa própria autoria.
Não vou negar. Quando lança um filme de um livro que li, fico louca pra ver. De certa forma, temos a sensação de que vamos entrar mais na história, nos envolver mais. Mas no final eu nem lembro mais de como eu pensava que aquela história era. Eu hoje não lembro mais como eu imaginava o MEU Robert Langdon, mas eu sei como ele era no filme O Código da Vinci. E ele hoje pra mim não passa do rosto de Tom Hanks.
No meu ponto de vista, quando as pessoas lêem um livro e se envolvem com ele, elas têm o desejo de materializar aquilo que elas leram. E o filme oferece exatamente isso. A imagem do que lemos sacia a nossa ânsia de sentir pelo olhar e não mais apenas pelo pensamento. Digo isso, porque quando apenas lemos um livro, fazemos toda aquela história em nossas mentes. Imaginamos os personagens, os lugares, fantasiamos as cenas e as ações. Tudo isso é o que nós construímos com base no que o escritor nos oferece. E o que o filme faz? Ele simplesmente quebra o nosso conteúdo imaginário e nos dá uma fórmula pronta. Com isso, quando o filme acaba, ficamos com a memória que o filme nos deu e não mais da nossa própria autoria.
Não vou negar. Quando lança um filme de um livro que li, fico louca pra ver. De certa forma, temos a sensação de que vamos entrar mais na história, nos envolver mais. Mas no final eu nem lembro mais de como eu pensava que aquela história era. Eu hoje não lembro mais como eu imaginava o MEU Robert Langdon, mas eu sei como ele era no filme O Código da Vinci. E ele hoje pra mim não passa do rosto de Tom Hanks.
Mas encaro isso como algo natural. Afinal de contas, o que é melhor, ler um livro com figuras ou sem figuras? Ler um livro de turismo ou ver um vídeo sobre o lugar, ou até mesmo conferir de perto? Mas voltando ao meu tópico principal, filmes e livros, fico feliz quando vejo que a grande maioria diz que prefere o livro ao filme. Não podemos perder de vista a concorrência desleal que é uma tela gigante cheia de cores, atuações espetaculares e efeitos especiais com algumas páginas brancas ou beges. Essa enorme tela nos TRAZ a luz, a mesma que precisamos TER para lermos o livro. Sentiram a diferença?
Passou-me agora pela cabeça se não fiz esse texto todo apenas na tentativa de nas entrelinhas defender um tipo de arte que eu sou apaixonada, que é a literatura. Os livros eles simplesmente aguçam nossa imaginação. Ele divide conosco o direito de criar. Com ele não somos totalmente passivos. E como disse o grande escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, que escreveu o último livro que eu li, A Sombra do Vento: “O livro é um espelho e só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e estes são bens cada dia mais escassos. Cada livro, cada volume que vês, têm alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele”. Se estava nas entrelinhas, acho que agora escancarei...
Passou-me agora pela cabeça se não fiz esse texto todo apenas na tentativa de nas entrelinhas defender um tipo de arte que eu sou apaixonada, que é a literatura. Os livros eles simplesmente aguçam nossa imaginação. Ele divide conosco o direito de criar. Com ele não somos totalmente passivos. E como disse o grande escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, que escreveu o último livro que eu li, A Sombra do Vento: “O livro é um espelho e só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e estes são bens cada dia mais escassos. Cada livro, cada volume que vês, têm alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele”. Se estava nas entrelinhas, acho que agora escancarei...
Gabriela Valente